A Equipagem de Santo Huberto é uma associação com personalidade jurídica e com fins
desportivos; o seu objectivo é a pratica da caça à corricão, principalmente à raposa,
com matilha, seguida a cavalo, e actividades afins, bem como o exercício ou a promoção
de outras modalidades do desporto equestre e cinegético.
A E.S.H. formou-se em 1950 com a compra de 30 cães de raça
Fox-hound na Inglaterra e na Irlanda em várias Equipagens. A actual matilha é
constituída por 70 cães Fox-hounds inscritos no Clube Português de Canicultura.
A E.S.H. está credenciada e inscrita no Baily's Hunting
Directory, juntamente com outras 757 Equipagens de Inglaterra, Irlanda, França, Alemanha,
Holanda, Itália, Canadá, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Kenya e
África do Sul.
O corpo social é constituído por Sócios Honorários, Sócios
efectivos individuais, Sócios júniores, hunt-supporters, Sócios colectivos e Sócios
empresas.
As instalações da E.S.H. estão situadas no Monte de Santo
Estevão em Benavente sendo constituídas por Casa Club de Campo, Casas de Huntsman e
tratadores, canis e boxes para 30 cavalos.
As habituais áreas de caça são na Companhia das Lezírias,
Mata do Duque, Fidalgos, Zambujeiro, Zambujal, Comporta, Chaminé e diversas outras
Herdades no Ribatejo, Alentejo e Beira. A caça à raposa "Fox Hunting" tem como
objectivo a busca da raposa selvagem, seu levante e perseguição pela matilha até
encovamento ou apreensão pelos cães.
É no olfacto, na resistência e velocidade dos cães que se
baseia esta caça. O número de cães utilizado em cada caçada varia entre 30 a 50
percorrendo normalmente 40 a 50 Km.
A época começa normalmente em finais de Outubro depois das
primeiras chuvas com o treino da matilha nova, e preparação dos cavalos, e em princípio
de Dezembro faz-se uma festa especial de abertura oficial da caça com Missa e Benção da
matilha, continuando as caçadas até fim de Fevereiro.
Os dias de caça são às quartas-feiras e sábados. Conforme o
Artigo 2º. dos Estatutos a Equipagem, e posta a sua natural vocação turística, admite
a presença de não Sócios na prática da sua actividade principal, mediante regras
estabelecidas, e o pagamento por participação, do montante fixado pela Direcção.
DIRECÇÃO DA EQUIPAGEM DA SANTO HUBERTO
D. Madalena de Sacadura Botte Abecassis - Master D. Bernardo de Vasconcellos e Souza - Joint Master D. Gil de Mendia - Joint Master D. Manuel de Lancastre - Joint Master e Field Master Dr. Henrique Abecassis - Vogal Eng. José Gatta - Hon. Tesoureiro Cmd. Jorge de Paiva e Pona - Hon. Secret. |
Huntsman
- Paulo Nogueira Kennel Huntsman - José Nogueira |
|
Sede: Escritório: |
Monte de Santo
Estevão Santo Estevão - 2130 Benavente Rua Laura Alves, 19 - 3º Esq. - 1050 Lisboa Tel. / Fax: 21 7971535 |
BREVE HISTORIAL
A caça à raposa tal como a conhecemos hoje, terá tido início no séc. XVII nas Ilhas
Britânicas.
Daí derivou a prática do "FOX-HUNTING", não só para
vários países de expressão inglesa: Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova
Zelândia, África do Sul... como igualmente para algumas nações da Europa: por esse
Mundo fora existem centenas de equipagens.
Em Portugal, essa modalidade cinegética parece ter aparecido por
volta do ano de 1808 com o exército do 1º Duque de Wellington, servia de distracção
aos oficiais mas, sobretudo, preparava cavalos e cavaleiros para os combates na guerra.
Passados alguns ano, já nos finais do século XIX, conhece-se a
existência de uma equipagem ou Associação de caça deste tipo que Sua Majestade a
Rainha D. Amélia terá acarinhado.
A Equipagem de Santo Huberto formou-se em 1950, compraram-se 30
cães Fox-hounds na Inglaterra e na Irlanda, em várias Equipagens. Assim se formou a
caça à raposa em Portugal.
A iniciativa foi do Sr. Rogério da Silveira Macedo com um
Conjunto de sócios.
Eram eles: a Sr.ª Condessa de Barcelona, Master de Honra; o
Master Marquês da Graciosa; Sr. Eng. Fernando Espírito Santo Moniz Galvão; Sr. D. Nuno
de Mendia; Sr. Dr. Jorge Bastos; Sr. Eng. Francisco Ribeiro Ferreira; Dª. Maria da
Piedade Abecassis; Sr. Eng. Carlos Carvalho; Sr. Manuel Cruz; Sr. Jorge Graça e Sr.
Capitão Simpson.
MANDATO DOS MASTERS DE 1950 A 2015
1º Master Marquês da Graciosa; uma época
2º Master Eng. Fernando Espírito Santo Moniz Galvão de 1951 a
1959.
O Master Moniz Galvão refrescou o sangue da matilha, mandando
vir cães das melhores Equipagens inglesas, por 3 vezes.
Também contratou quatro Huntsman ingleses e um Wiper-in e
renovou o contrato com o Wiper-in José Nogueira que promoveu a Huntsman na época de
1958-1959. Entregou-lhe uma corneta para caçar tendo assim a sua confiança.
Também mandou construir canis novos em Benavente em 1935-1954,
quando se passou de Carcavelos para lá; a construção foi feita numa propriedade do
banco.
Tinha canis bem confortáveis para a matilha assim como as
habitações para o pessoal. Era um Master que sabia muito de cães e cavalos, não só
das caçadas ás lebres, porque tinha bons galgos e um treinador inglês, teve alguns anos
que ganhou tudo o que havia para ganhar com os galgos. Foi também Presidente da Sociedade
Hípica Portuguesa por alguns anos.
3º Master Barão Frederico de Beck que teve o seu mandato de
1959-1960 até à data da sua morte no ano corrente de 1997. Também construiu canis,
boxes para cavalos, habitações para o pessoal e um club de caça, a actual Equipagem de
Santo Huberto em Santo Estevão. O Sr. Barão de Beck também refrescou o sangue da
matilha algumas vezes mandando vir cães de Inglaterra.
4º Master da Equipagem, Sr. D. Estevam de Lancastre de 1997 a 2015.
5 º Actual
Master da Equipagem, Srª Dona Madalena Abecassis.
EQUIPAGEM DE SANTO HUBERTO
Hoje a Equipagem de Santo Huberto é um clube com um "numerus clausus" de 60
sócios, com os seus estatutos homolgados, sócios efectivos, sócios juniores, sócios
clubes e sócios apoiantes ( "Hunt-supporters" ) em plena actividade e
expansão.
A sede do clube é em Santo Estêvão - Benavente ( a escassos 50
Km de Lisboa) num simpático pavilhão com tecto colmo que todos os anos se anima
especialmente de Outubro a Fevereiro. A Equipagem dispõem de instalações para o pessoal
e de canis que hospedam aproximadamente 80 cães cadelas e cachorros e onde podem ficar
bem acomodados mais de 30 cavalos.
A CAÇA À RAPOSA "FOX HUNTING"
O seu objectivo essencial é a busca da raposa selvagem, seu levante e perseguição pela
matilha, até encovamento ou apreensão pelos cães, que lhe dão a morte.
A matilha é treinada pelo "huntsman" Paulo Nogueira,
que controla a vida dos cães e dos canis. O seu pai - José Candido Nogueira - foi o 1º
"huntsman" português e foi-o durante 46 anos. Esteve em Inglaterra a aprender e
vieram ainda, de ínicio, "mestres" ingleses caçar em Portugal.
De lá também se importaram os primeiros cães já ensinados,
dos melhores "packs", dái a razão porque ainda se utilizam expressões
inglesas na caçada.
Como se sabe este tipo de caça nasceu em Inglaterra, os cães
que vieram obedeciam à voz em inglês e a língua por facilidade foi mantida.
É no olfacto e na resistência dos cães que se baseia a caça à raposa a corricão
muito mais do que na velocidade. O número de cães em cada caçada pode variar entre 30 a
50 - na gíria, 15 a 25 trelas. Para que os cães estejam em forma, capazes de seguir um
rasto durante horas, percorrendo distâncias que podem atingir 40 a 50 km, torna-se
necessário iniciar o seu treino alguns meses antes do princípio da época. É nesse
período também que os novos cachorros começam a sua aprendizagem. A época de caça
estende-se dos finais de Outubro, depois das primeiras chuvas que amaciam o terreno, até
ao fim de Fevereiro.
O mês de Novembro é todo dedicado aos "cubings" fase
ainda de preparação para os cavalos e para a matilha. O traje dos cavaleiros não
precisa, nessas alturas, de ser a rigor.
Quando os cães estão "au point" faz-se uma festa
especial, de abertura oficial da caça, o que normalmente acontece nos primeiros dias de
Dezembro.
Depois da missa, na igreja de Santo Estêvão, as pessoas
reúnem-se no clube.
O "Huntsman" vai aos canis buscar os cães, para os apresentar à assistência.
A matilha é benzida e o "Master" distribui um "drink" a todos os
cavaleiros e convidados, antes da partida para a caçada que culmina nesse dia com grande
almoço e festa rija.
INSTRUÇÕES PARA TODOS OS QUE
PARTICIPAM NAS
CAÇADAS INCORPORADOS NO "FIELD"
01 - Ser pontual à hora da reunião.
02 - Aceitar sempre as indicações e as ordens do "Field-Master".
03 - Dar sempre passagem ao "Master", "huntsman", "whiper-in" e, claro está aos "fox-hounds".
04 - Colocar sempre o seu cavalo de cabeça virada para os "fox-hounds" quando estes passam, a fim de evitar que possam receber um coice. Deve gritar para os "hounds": "War hoss".
05 - Deixar sempre livres caminhos, estradas e cancelas, de forma a assegurar a passagem de outros.
06 - Não entrar em campos semeados.
07 - Evitar assustar ou fazer correr o gado que cruza ou perto do qual passa.
08 - Não deixar que o seu cavalo pise plantas verdes semeadas sobretudo quando estejam molhadas.
09 - Se for o último ou um dos últimos, fechar a cancela se tiver sido aberta.
10 - Deixar sempre certa distância entre o seu cavalo e o que o precede, quando a galope, a fim de não ser obrigado a saltar por cima desse cavalo ou do seu cavaleiro em caso de queda.
11 - Qualquer membro do "Field" deve estar sempre pelo menos a uma distância entre 60 a 100 metros da matilha ("pack").
12 - Não se afastar demasiadamente dos flancos do "Field" para evitar que na posição em que se coloca possa vir a cortar a pista("scent") que os "fox-hounds" seguem.
13 - No caso de o seu cavalo dar coices, ter cuidados necessários para o evitar e avisar sempre os vizinhos (colocar um laço encarnado na cauda do cavalo atreito a escoicear é um bom aviso).
14 - Tomar sempre as devidas precauções com as árvores evitando bater nelas com a cabeça.
15 - Tomar atenção com as valas encobertas e com os buracos assinalando-as aos vizinhos com o grito "War holes".
16 - Idem em relação ao arame farpado. Neste caso o grito é "War Wire".
17 - Quando vê uma raposa deve assinalá-la ao "huntsman" agitando o toque ou côco para o lado onde ela fugiu e gritando o "hic Hulloa" ou simplesmente "hulloa" (a pronúncia é quase a do português "ÓLÁ").
Equipagem de Santo Huberto |