Critérios de Classificação/Avaliação do Puro Sangue Lusitano

Fórum da raça

Moderador: Filipe Graciosa

Critérios de Classificação/Avaliação do Puro Sangue Lusitano

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CV
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#16 Mensagem por CV » sábado mar 08, 2008 5:47 pm

Boa noite,

Boa noite,

No que respeito à qualidade dos cavalos de hoje tenho a dizer que ela melhorou substancialmente. Casos como o Guizo e Peralta são a resposta a quem se queixa da falta de qualidade dos nossos cavalos (no presente).

Certamente que a Raça tem alguns problemas, nomeadamente de membros e de amplitude, que poderiam ser eliminados com o recurso a um cruzamento autorizado e dirigido para a resolução desses problemas. Contudo julgo que não são situações como a descrita que vem solucionar os nossos problemas, mas sim agravá-los. Trata-se da acreditação da Raça que está em causa. Há que "arrumar a casa e olhar em frente", tentando minimizar o impacto duma situação que descridibiliza a nossa Raça.

No que respeita aos julgamentos tenho a dizer que vícios do sistema existem e estão, desde sempre, ligados ao ser humano. Não vale a pena mudar as pessoas ou sequer culpá-las, existe sim uma necessidade urgente de mudar o sistema, impondo regras, concebidas numa óptica preventiva para que situações destas (clima de suspeição) não se voltem a repetir.

Há que objectivar os julgamentos (diminuir drasticamente a componente subjectiva), aumentar o número de juizes (para diluir a responsabilidade e homogeneizar notas), dar formação aos juizes com avaliação final e contínua, fomentar a criação de uma base de dados (muito útil na pesquisa de correlações genéticas – taras ósseas, carácter, funcionalidade, etc. - entre ascendentes e descendentes) .

Há que alterar o padrão da Raça ou redefinir os objectivos, isto é, o padrão na forma como está redigido é incompatível com a criação de cavalos com aptidão desportiva. Ex. o desejado cavalo quadrado não está ajustado a um cavalo desportivo (rectangular).

Os objectivos primários da APSL devem ser: a transparência (permite o auto-controlo e fomenta a credibilidade); a componente didáctica dos julgamentos (transmissão de conhecimento aos criadores e interessados pela Raça); instituir credibilidade ao sistema de avaliação de reprodutores; fomentar o diálogo construtivo e esclarecedor com todos os associados e interessados pelo cavalo Lusitano.

Dr. Domingos Graciosa, como em qualquer actividade empresarial o seu sucesso passa cada vez mais pela acreditação. Só é possível acreditar a Raça, perante estrangeiros ou mesmo nós próprios, através de uma selecção credível, sustentada num sistema de avaliação que permita o tão desejado progresso genético. Pelo facto do sistema ter caído no descrédito, não podemos anarquizar e deixar de acreditar nos sistemas que tem vindo a projectar as outras raça para patamares de excelência.

Domingos Graciosa
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#17 Mensagem por Domingos Graciosa » terça mar 11, 2008 7:27 pm

Links para novos documentos

Carta_Fundacao_Alter_Real2.pdf

CV
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Padrão da Raça

#18 Mensagem por CV » quinta mar 13, 2008 9:43 am

Padrão da Raça

Nos dias que correm a sociedade do conhecimento, como hoje é apelidada, muda a uma velocidade estonteante, obrigando-nos a “upgrades” sucessivos como forma de evolução profissional e pessoal.

No meio de toda esta agitação, algo permanece imutável no tempo – o padrão da Raça Lusitana. Será possível?? Infelizmente é uma realidade que sobrevive com a conivência de todos – somos tradicionais – e com uma boa dose de hipocrisia da parte de quem julga.

Nas pontuações verifica-se que os juízes iniciam o seu julgamento pelos andamentos e seguidamente analisam o modelo. Daqui surgem algumas das dúvidas da parte de quem assiste aos julgamentos, algumas traduzidas em frases do género “não entendo o motivo pelo qual o meu cavalo levou má nota no dorso, quando tem um dorso que se adequa ao padrão” (Bem dirigido, tendendo para o horizontal, servindo de traço de união suave entre o garrote e o rim), o que não é explicado (a maioria das vezes) e não se encontra escrito em lado algum, é que um cavalo nesta situação está a ser penalizado pela falta de utilização do dorso, isto é, os seus andamentos não são amplos (ágeis e elevados projectando-se para diante, suaves e de grande comodidade para o cavaleiro).

A situação descrita traduz a nossa realidade e não é facilmente perceptível, logo a componente didáctica, associada a qualquer sistema de avaliação, “cai por terra”. A hipocrisia do sistema traduz-se na utilização de um procedimento que não se encontra escrito, uma vez que o padrão está desajustado por falta de adequação a esta realidade. Mais grave e aí todos somos culpados pois, assistimos a estas situações e somos coniventes por… tradicionalismo.

Relativamente à grelha de avaliação mais um desajuste da nossa realidade. A título de exemplo, porque será que a cabeça é julgada conjuntamente com o pescoço??? Em termos de função qual a importância de cada um??? Poderia continuar em exemplos sucessivos, contudo a mensagem que pretendo deixar é que oito parâmetros de avaliação num julgamento de um animal parece-me muito aquém do que pode ser concretizado.

Em alguns países do norte da Europa são utilizados cerca de quarenta parâmetros, isto para além da componente de avaliação, permite efectuar uma radiografia numérica dos animais. Para quê??? Base de dados e correlações genéticas são a resposta. Sem estes elementos é complicado verificar respostas à selecção. Acho que já deu para perceber onde é que o “olhómetro” nos pode conduzir, porque não mudar o sistema????

Outra questão que dá que pensar é a dos membros, verifiquem quantos animais na Raça tem membros de oito??? Vão chegar à conclusão de uma triste realidade que deve servir para o reconhecimento de um problema da Raça.

Como qualquer problema ele tem de ser encarado e resolvido. Meditando um pouco, existem duas situações possíveis no actual pressuposto de raça fechada, a continuada desvalorização da Raça pela utilização da notas seis e sete (sistema actual) ou o reconhecimento de um problema com a consequente valorização dos animais menos maus (passando a haver animais de oito – sistema actual).

Outra hipótese é abertura da Raça a um cruzamento autorizado e dirigido. O efeito da introdução de genes estranhos à Raça é perfeitamente diluído nas gerações.

Se para mudar o padrão existe tanta resistência a hipótese de utilização de um cruzamento autorizado seria a nossa bomba de Hirochima.

Toninho
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Puro Sangue Lusitano

#19 Mensagem por Toninho » sábado mar 15, 2008 2:32 am

Bom dia

Penso que o momento actual da APSL deve ser aproveitado, pois vem dar muito força e razão ao ditado popular que diz :

" Zangam-se as comadres sabem-se as verdades "

Cumprimentos

redondo623
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#20 Mensagem por redondo623 » sábado mar 15, 2008 7:30 am

Boa Tarde,

É sempre interessante encontrar algumas avaliações.

Claro que me podem dizer que é possível e até tentarmos encontrar justificações para tais pontuações, mas ainda assim me parece estranho chumbar um cavalo com 4 em membros e ter começado a análise com 8 em andamentos.
Cumprimentos,

Rui N S

CV
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Resposta à questão dos membros

#21 Mensagem por CV » sexta mar 21, 2008 3:14 am

Sr. redondo623,

"Chumbar um cavalo com 4 em membros e ter começado a análise com 8 em andamentos" - parece-me um caso evidente de taras ósseas

CV

CV
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Padrão da Raça

#22 Mensagem por CV » terça mar 25, 2008 2:25 am

"Algumas considerações subjectivas, como largo, estreito, grande ou bem proporcionado, constantes no padrão de algumas raças, devem ser progressivamente substituídas por valores numéricos que possam confirmar ou rectificar a subjectividade das avaliações visuais" (Oom, 1987)

21 anos passaram, nada mudou e... muita suspeição

De quem é a culpa??? conservadorismo???

CV
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Binómio morfologia/função

#23 Mensagem por CV » terça mar 25, 2008 4:13 pm

Como julgar um desaprumo? Existem vário tipos de desaprumos, uns graves e outros cuja gravidade é meramente estética e não funcional.

A este respeito podem surgir muitas dúvidas no entendimento do proprietário do animal candidato a reprodutor, que não percebe a consequência desse desaprumo em ternos de função.

O binómio morfologia/função deve estar na base da formação dos nossos juízes - as suas avaliações devem ser facilmente justificáveis. A grelha a utilizar deve ser um reflexo disto - de leitura fácil.

Como é que os juízes vão “arrumar” este assunto dentro dos parâmetros de avaliação que dispõe na actual grelha de avaliação dos oito parâmetros??? Esta dificuldade vai trazer consequências negativas na interpretação das notas atribuídas. Assim se entra no vazio didáctico da actual grelha de avaliação.

No fundo trata-se de algo que pode e deve ser equacionado no campo da física (biomecânica). Trata-se de progressão de um animal na disciplina escolhida, segundo a sua aptidão. Qual a consequência negativa deste desaprumo na função??? E na disciplina escolhida??? Por exemplo, um pescoço curto não tem influência em ensino mas, em obstáculos é fundamental a existência de um pescoço comprido (este assunto está estudado – existem dados).

Segundo a formação ministrada no curso de juízes: “O animal diz-se bem aprumado quando os diferentes raios que compõem os membros se encontram dispostos, de forma a garantirem um bom equilíbrio e uma sólida sustentação quando parado; uma vigorosa impulsão e um perfeito amortecimento na marcha.” E a função??? Existe um número significativo de animais que contrariam esta definição académica.

Qual a consequência negativa de um desaprumo na função??? Todos sabemos, pelo menos em termos de transmissão à descendência, dos desaprumos transmitidos pelo “Novilheiro” (MV).

Há que estudar, ser criativo na aplicação ou adaptação do que já se encontra estudado e ter sempre como “pano de fundo” o binómio morfologia/função.

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Wasserluft
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#24 Mensagem por Wasserluft » terça mar 25, 2008 8:00 pm

Antes de mais ,
caro CV procurei e não encontrei ...
tra questão que dá que pensar é a dos membros, verifiquem quantos animais na Raça tem membros de oito???
Membros com 8 ??????
encontrei por exemplo classificações de membros :
Idolo CB -10,5
Zangado MAC -12,0
Narcótico VAN -10,5
Danubio MV -10,5
Jaquetão JIC -12,0
Ibérico MMT -10,5
Nordeste SS-10,5

mais abaixo diz o Carissimo CV diz
Colocada: Fri Mar 21, 2008 3:14 am Assunto: Resposta à questão dos membros

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Sr. redondo623,

"Chumbar um cavalo com 4 em membros e ter começado a análise com 8 em andamentos"
Afinal o cavalo teve 8 em membros ou em andamentos ???

Para finalizar apenas, um pequeno, reparo . Devido a estes recentes eventos surgiram novos registos no Forum e que ,Indignados, estão a opinar e a criticar (acho bem ) mas Identificações ... Ui... UI... isso é que não .... Estranhamente
Concretamente : CV , Gabarito e CH
Provavelmente para não ferir susceptibilidades ou então não provocar mais brigas de Comadres e Compadres e continuarem , como sempre, a darem palmadinhas nas costas uns dos outros na Feira de S. Martinho ...

" O Abuso da Rédea interior mais parece uma doença crónica de muitos Cavaleiros " ... Mestre Nuno Oliveira
"The Horse´s reward to be able to communicate with the predator and cause him not to be predatory" Monty Roberts
"Pedir constantemente ,contentar-se com pouco,Recompensar muito. " Beaudant

CV
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Resposta ao Sr. Wasserluft

#25 Mensagem por CV » terça mar 25, 2008 10:41 pm

Sr. Wasserluft,

Respondendo à sua mensagem:

Cabeça e pescoço 1
Espádua e garrote 1
Peitoral e costado 1
Dorso e rim 1,5
Garupa 1
Membros 1,5 * 8 = 12
Conjunto de formas 1,5
Andamentos 1,5

Quando me refiro à ausência de 8 nos membros estou a referir-me a pontuações atribuídas nestes últimos anos - os da polémica.

Quanto à classificação final do cavalo citado pelo Sr. Redondo623, o melhor é ser ele a esclarecer quais foram as notas finais.

Citar o Mestre Nuno, neste contexto, parece-me despropositado. Contudo estamos num país livre.

Porque será que existe uma necessidade imperiosa de personalizar assuntos?? porque não se propõe mais soluções?? porque será que alguns vivem a critica pela critica?? sem propostas

Sr. Wasserluft siga o exemplo do Mestre Nuno, escreva, construa propostas fundamentadas e sustentáveis. Todos temos a ganhar com posturas como a do Mestre Nuno que continua a ser um exemplo de estudo, sensibilidade e cultura.

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Wasserluft
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#26 Mensagem por Wasserluft » quarta mar 26, 2008 1:16 pm

Citar o Mestre Nuno, neste contexto, parece-me despropositado. Contudo estamos num país livre.

Porque será que existe uma necessidade imperiosa de personalizar assuntos?? porque não se propõe mais soluções?? porque será que alguns vivem a critica pela critica?? sem propostas

Sr. Wasserluft siga o exemplo do Mestre Nuno, escreva, construa propostas fundamentadas e sustentáveis. Todos temos a ganhar com posturas como a do Mestre Nuno que continua a ser um exemplo de estudo, sensibilidade e cultura.
Usei a expressão pois acho adequada no que diz respeito "Ao abuso da redea interior "
Alegoria ao "interior das Organizações" caríssimo CV
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Ricardo
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#27 Mensagem por Ricardo » terça jul 08, 2008 4:07 pm

FRAUDE
Cavalo Júpiter foi para o Ministério Público


Proprietário de falso puro sangue lusitano arrisca ser julgado pelo crime de burla e falsificação de documentos

A fraude na filiação do cavalo lusitano Júpiter, propriedade de um dirigente da Associação dos Criadores do Puro Sangue Lusitano (APSL), não só é confirmada pelos resultados da investigação da Inspecção-Geral da Agricultura e Pescas como revela alguns contornos rocambolescos. O caso foi encaminhado para o Ministério Público, segundo despacho do ministro da Agricultura, Jaime Silva, datado de 27 de Junho, de forma a ser alvo de instrução criminal e aponta para fortes probabilidades de troca de amostra sanguínea, realizada com o intuito de manter o cavalo Júpiter inscrito no Livro Genealógico da Raça Lusitana, reservado aos reprodutores de máxima qualidade.

Segundo as conclusões do relatório entregue à tutela, às quais o Expresso teve acesso, as investigações da IGAP foram dificultadas pelo desconhecimento do paradeiro dos cavalos Júpiter e Tornado (este segundo cavalo será “com fortes probabilidades” o dono do ADN registado em nome de Júpiter), alegadamente mortos em 2007, em Espanha. A história entra no campo da incongruência e dos ‘brancos’ administrativos quando se percebe que Tornado é dado como morto pelos proprietários em Janeiro/Fevereiro de 2007, em Espanha, numa deslocação não referenciada no Registo Nacional de Equinos (RNE). A IGAP relata que só em Fevereiro de 2007 essa saída do país é comunicada ao RNE e, já em Março, são-lhe enviados documentos do cavalo morto, de forma a legalizar a viagem.

A vida de Júpiter é toda ela pouco jupiteriana. Depois de ter sido recusado como garanhão em primeiras provas, é finalmente reconhecido como reprodutor em 2000, “sem que a APSL lhe tenha exigido uma amostra sanguínea, conforme estabelecido pela circular interna 136/1998”, escreve a IGAP. À altura, a APSL era dirigida por Pedro Ferraz da Costa.

Depois de vários e sucessivos pedidos do RNE para que lhe fosse entregue a habitual amostra de sangue de Júpiter, esta só chega em 2005, momento em que a Sociedade das Silveiras era proprietária tanto de Júpiter como de Tornado. A recolha é feita por veterinário credenciado e entregue através da Luso Pecus. Alertando para a fragilidade dos procedimentos de controlo na recolha de sangue dos reprodutores, o IGAP sublinha não ter encontrado evidências de intervenção de funcionários do Ministério no caso, mas acentua as deficiências de natureza administrativa do RNE. Por outro lado, recomenda a realização de exames genéticos posteriores aos meios-irmãos de Tornado e aos alegados filhos de Júpiter.



Selecção de juízes com novas regras

Esta classificação ficcional de Júpiter como garanhão puro lusitano é um caso isolado na perspectiva de Vítor Barros, à frente da Fundação Alter Real, a máxima autoridade equina nacional. Foi ele quem requereu a investigação do caso e agora, conhecidos os resultados, promete “rigor e intransigência no cumprimento da legislação e nas recomendações enunciadas no relatório”.

Nas recomendações finais é referido explicitamente “o estabelecimento de critérios objectivos na selecção dos juízes e na avaliação da raça”. A recomendação não pode ser mais clara: “A ausência de critérios objectivos na selecção dos juízes não permite salvaguardar o princípio da transparência que deve nortear a gestão deste património genético animal de elevado interesse nacional”. Alter Real e APSL poderão fazer de Júpiter um exemplo punitivo e um tornado capaz de apertar as malhas normativas da criação do puro sangue.

Joana Leitão de Barros
http://pesquisa.impresa.pt/search?q=cac ... 3DES295986

PSL
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A avaliação de reprodutores e o modelo e andamentos

#28 Mensagem por PSL » sexta jul 18, 2008 10:27 am

A avaliação de reprodutores e os concursos de modelo e andamentos

Na vida útil de um animal o ponto central em termos de valorização comercial perante terceiros é sem dúvida, no presente, a atribuição de pontos na sua passagem do Livro de Nascimentos para o Livro de Adultos. Os candidatos a futuros reprodutores são avaliados por uma comissão composta pelos juízes da Raça, no caso dos machos numa concentração montados e à mão em casa dos proprietários, para as fêmeas.

Para ilustrar o pretendido com este artigo, vou citar o caso concreto do "Violino" (Ofensor - MV * Querida - SS) do criador da Sociedade das Silveiras.

Este animal, entre outros títulos, ganhou:

· Campeão dos Campeões no Festival da Raça (2004) com dois anos.

· Campeão da Raça Lusitana na Feira da Golegã (2006) com quatro anos montado.

· Em 2008 ganhou a melhor descendência no Festival da Raça em Cascais.

A pergunta que ressalta: qual será a pontuação atribuída ao um animal com este currículo de prémios em concursos de modelo e andamentos???

A pontuação foi 75,5, com os seguintes parciais: Cabeça 8; Espádua e garrote 8; Peitoral e costado 8; Dorso e rim 10,5; Garupa 8; Membros 10,5; Conjunto de formas 12; Andamentos 10,5.

Quem está a passar um certificado de incompetência a quem??? Os juízes que julgaram o modelo e andamentos ou os juízes que atribuíram a pontuação. Sabendo-se que são os mesmos surge a perplexidade.

Parece-me a mim e a qualquer pessoa de bom senso que, 75,5 pontos numa escala de 100 será uma pontuação muito baixa para um animal que ganhou os títulos expostos.

Há quem diga que a humanidade será aniquilada pela poluição e resíduos que produz!!! será que acontecerá o mesmo aos juízes da Raça - neste caso por falta de coerência????

Não me parece!!! é apenas mais do mesmo!

PSL
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Desaprumos e função

#29 Mensagem por PSL » quarta set 10, 2008 9:52 am

Desaprumos dos membros anteriores

Experimentem a consultar o site, http://www.topiberian.es/, e vejam com atenção a prova do cavalo Fuego XII, nos JO de Pequim - em dressage. Reparem no desaprumo dos anteriores, é notório que o cavalo ceifa das duas mãos.
Se algum dos ilustres forenses esteve presente no campeonato da Europa de Juniores e Jovens Cavaleiros - Dressage (14 a 20 de Julho de 2008, no Convento de S. Domingos em Azeitão), pôde constatar que o cavalo de nome Paso Doble (Raça: Bayer; Pai :Don Primero), montado pela cavaleira Sanneke Rothenberger (1.º Lugar da sua classe e o cavalo mais comentado do evento - pela positiva), ceifava de uma mão.

Os exemplos atrás referidos fazem-nos reflectir acerca do binómio morfologia/função, ou seja facilmente se conclui que estes desaprumos não constituem obstáculo à progressão e correcção dos exercícios dos animais em dressage. Esteticamente não é muito bonito ver um animal com este defeito, contudo em termos de função a importância relativiza-se.

Com este texto pretendo transmitir a ideia que na raça PSL há que estudar mais a fundo estes assuntos por forma a que não se penalizem características apenas pela componente estética (conforme se verifica actualmente na avaliação deste tipo de desaprumos - modelo e andamentos e pontuação de reprodutores). Há que prestar cada vez mais importância aos resultados das competições e extrapolar ilações que tornem a raça mais competitiva.

Afinal em dressage estes desaprumados não são penalizadores das performantes!! (Tendo em atenção o nível de desaprumo - obviamente que não estamos a considerar as situações extremas)

Isto conduz-nos à importância da especialização nas avaliações, ou seja um animal pode e deve ser avaliado na especialidade. Um bom animal em dressage pode ser péssimo em obstáculos e vice versa.

Actualmente avalia-se tudo pela mesma “bitola”, ou seja, a consequência disto é que podemos estamos a penalizar características que podem não constituir factor de inibição de performance.

Vamos pensar nisto!!!

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