A revista equitação no contexto dos últimos acontecimentos

Fórum da raça

Moderador: Filipe Graciosa

Responder

A revista equitação coloca valores dos patrocinadores acima da isenção jornalistica?

Sim, coloca valores dos patrocinadores acima da isenção jornalistica
6
75%
Não, não coloca valores dos patrocinadores acima da isenção jornalistica
2
25%
 
Total de votos: 8

Mensagem
Autor
PSL
Ajudante de Monitor de Equitação
Mensagens: 75
Registado: segunda abr 07, 2008 5:23 pm

A revista equitação no contexto dos últimos acontecimentos

#1 Mensagem por PSL » sábado abr 26, 2008 5:38 pm

O dever de informação

Numa sociedade de informação evoluída, será culturalmente expectável que uma notícia, com impacto e do domínio público, constitua matéria de tratamento jornalístico. O acesso à informação faz parte integrante do nosso enquadramento para um exercício esclarecido de um direito que nos assiste enquanto cidadãos. Este é um pressuposto cultural, independentemente dos juízos de valor que cada um lhe possa atribuir.

Da leitura do último número da revista equitação pode-se constatar o seguinte:
1. que o seu editorial passou a constituir um veículo de informação da “jovem” Fundação Alter Real (FAR), com notícias de grande relevo para a Raça, servidas em jeito de editorial;
2. que não houve por parte desta revista qualquer tratamento jornalístico do caso “Jupiter” e das propostas/alegações da Sociedade da Quinta do Figueiral.

Os pontos anteriormente referidos são constatações, sem qualquer juízo de valor associado. No entanto e tendo em consideração a reconhecida seriedade da revista em questão, podemos utilizar os referidos pontos como metas de partida para reflexão.

No que diz respeito ao ponto um, julgo que seria mais apropriado que matérias de fundo, com grande impacto na Raça e que não são do domínio público, fossem transmitidas de uma forma institucional pela própria Fundação Alter ou pela APSL. Esta parece-me uma atitude de bom senso, credível e expectável. Transpondo a situação para um contexto familiar, seria o mesmo que colocar na boca de um filho informação que deveria ser transmitida pelos pais. Perdoem-me a comparação mas é a ideia que ressalta.

Relativamente ao ponto dois, pode ser argumentado que foi uma tentativa da revista equitação de não dar importância ao assunto, minimizando assim o seu impacto (negativo) na Raça. Coloca-se uma pergunta decorrente - será este o seu papel?
Não me parece que esta forma de intervencionismo paternalista, que à partida parece benéfico, beneficie em nada a Raça. Por vezes existe uma necessidade, premente e socialmente aceite (estudada), de rupturas. A história da humanidade está repleta de exemplos. Estas rupturas têm sido o ponto de partida para a mudança. Porquê minimiza-las? No fundo elas são o espelho da sociedade e dos seus problemas. Há que expô-las, comentá-las, tentar percebe-las e consequentemente retirar ilações que nos permitam evoluir para sistemas mais justos e sofisticados.

Contudo existe outra ideia, bem mais negativa, que nos pode ocorrer perante esta atitude. Será que a revista equitação está a cumprir o seu dever de isenção? Será que coloca a obrigação para com os seus patrocinadores (publicidade) acima do dever de informação para com os seus leitores?

Responder

Voltar para “Puro Sangue Lusitano”