Condecoração de Manuel Veiga

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JC
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Condecoração de Manuel Veiga

#1 Mensagem por JC » quinta jun 11, 2009 11:09 am

Ontem 10 de Junho, dia de Portugal, o Presidente da República Prof. Aníbal Cavaco Silva condecorou Manuel de Castro Tavares Veiga com o Grau de Comendador da Ordem de Mérito Agrícola.

Foi assim homenageado o actual responsável pela coudelaria Veiga, a coudelaria lusitana privada que mais se tem distinguido a nível nacional e internacional.

Esta coudelaria foi fundada em 1831 por Rafael José da Cunha, na Quinta da Brôa na Azinhaga onde continua. Seu sobrinho o Engº Manuel Tavares Veiga foi seu continuador tendo com uma criteriosa selecção criado o famoso Cavalo Veiga.
Mais tarde seu neto Manuel Tavares Veiga foi o responsável por esta coudelaria continuando a utilizar as bases de selecção de seu avô levando esta coudelaria ao topo da criação nacional.
Seu filho Manuel Veiga, responsável pela coudelaria há mais de 30 anos, tem sabido de uma forma criteriosa e exemplar acompanhar o desenvolvimento que o cavalo lusitano tem tido nos últimos anos conseguindo continuar a ser a coudelaria inquestionavelmente mais representativa desta nossa raça, distinguindo-se os seus produtos em todos os concursos onde participa.

Parabéns Manuel Veiga!

JC

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GND
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Re: Condecoração de Manuel Veiga

#2 Mensagem por GND » quinta jun 25, 2009 8:39 pm

Já era tempo da familia Veiga ser reconhecida, pelo que fez e faz pelo cavalo lusitano.

PSL
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Re: Condecoração de Manuel Veiga

#3 Mensagem por PSL » sábado jun 27, 2009 9:27 am

Tributo à Obra!

Lanço a seguinte pergunta: o que nos distingue na brevidade da nossa existência?

A resposta tem de andar à volta de três pontos-chave: o carácter; o respeito pelos valores; a inovação.

Num tempo que se tornou moda o atropelo mútuo, sob o pretexto jamais confessado, mas símbolo máximo do sucesso desta sociedade, estou a referir-me ao materialismo desmedido, há referenciais que tem de ser lembrados e avivados, na conduta de todos nós.

Certamente reconhecem hoje, que o génio desta família deu à raça características que ultrapassam em larga medida o entendimento do homem comum. Finura, elasticidade, generosidade, são algumas das características que independentemente das modas do tempo, se mantêm como uma dádiva suprema.

O que seria de nós no presente, se no tempo em que imperava a moda dos cavalos volumosos, o Manuel Tavares Veiga de então, tivesse sucumbido ao imediatismo tentador de querer muitos pontos para os seus animais, e renegasse a sua herança genética e os seus objectivos perante a tirania da moda e a perspectiva de lucro fácil? Este teria sido o caminho do homem comum.

O resultado seria, introduções genéticas nefastas e irreversíveis, hoje de entendimento óbvio, mas na altura apenas acessível a um homem de génio, com carácter e muita visão!

Tal não aconteceu felizmente! Contudo a família pagou um elevado preço, que foi ver a excelência dos seu animais, desvalorizados nas pontuações de então.

A família Veiga tornou-se um ícone que deve ser referenciado, pela determinação, pelos valores que defende, pela inovação que incutiu na raça, ou seja, por ter transmitido a sua nobreza à raça.

No fundo os animais são a imagem do seu criador… esta é a prova irrefutável do que verdadeiramente representa a família Veiga!

O Grau de Comendador da Ordem de Mérito Agrícola é uma homenagem que se impunha, e que reflecte o contributo duma família à HUMANIDADE (nas suas múltiplas perspectivas).

O NOSSO ETERNO OBRIGADO!!!

ABC
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Re: Condecoração de Manuel Veiga

#4 Mensagem por ABC » quarta jul 01, 2009 2:55 pm

Ao ter lido o texto publicado pelo PSL, lembrei-me de um extracto de um texto publicado por Alfredo Baptista Coelho, in “Cavalo Magazine” Abril de 1988:

Voltando a Portugal vamos encontrar o ano de 1967 como uma ano trágico para a história do cavalo Veiga. É o ano em que parte da coudelaria Veiga entrou para o “stud book” do Lusitano. Antes desse ano duas influências estiveram presentes na evolução da coudelaria Veiga; a do criador naturalmente, e a dos seus amigos cavaleiros tauromáquicos.

A partir desse ano a influência do “stud book” é visível. Verifica-se por exemplo que alguns animais de grande interesse genético não entravam no livro.

É que faltava-lhes aprumos de cavalos de tiro, faltava-lhes altura do normando, e até foram recusados animais por serem excessivamente aveigados… “chanfro excessivamente acarneirado” reza a trágica história desse ano!

Alguns exemplos mais chocantes de éguas rejeitadas:
A égua “Toleirona”… deu só linhas importantíssimas…
A égua “Beleza”
A égua “Uva”
A égua “Eva”


Segundo o autor, estando o Livro aberto na altura, podia-se pedir a admissão de animais filhos de éguas rejeitadas.

Achei importante deixar este apontamento, que no fundo faz parte da história de uma das coudelarias de referência para a raça.

Os meus parabéns à família Veiga, pela excelência!

Cumprimentos,
ABC

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