Desbaste

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Moderador: Filipe Graciosa

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Joana Abreu
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#16 Mensagem por Joana Abreu » sexta fev 25, 2005 2:28 pm

Então acha que os poldros não precisam de cuidados do ferrador?
Nos primeiros 6 meses de vida não precisam
E quando há contacto com o veterinário, não seria mais fácil para todos (o poldro incluído) se o poldro ja está habituada ao cabeção e ao toque humano?
Um veterinário experiente não necessita de um cabeção para dar injecções a um poldro, basta colocá-lo num espaço de dimensões mais reduzidas, para o poder controlar.
Se a intervenção veterinária for mais complicada (operações, etc.), pode sempre pôr o poldro a dormir com uma injecção para esse efeito.
E não acha que os poldros, desde pequenos, devem comer ração, e não só apartir do desmame?
Após o nascimento... claro que não, não têm dentes para isso.
Aproximando-se dos 6 meses, pode-se sempre ir deixando alguma ração ao alcance do poldro, que ele por curiosidade e a imitar a mãe, vai mordiscando e se vai habituando.
O que é excessivo contacto?
É subjectivo e depende de caso para caso.
Em certos casos, simplesmentes dar festas a um poldro, resultam em extrema agressividade da sua mãe (podem ver-nos como uma ameaça)
Noutros casos, separar o poldro da mãe (nem que seja por 2 minutos) é o suficiente para inquietar a mãe, etc...
Não há uma definição fixa para excessivo contacto, depende muito do bom senso e da capacidade das pessoas que estão a lidar com os animais, de se ajustarem no método a cada caso.

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PSantos
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#17 Mensagem por PSantos » sexta fev 25, 2005 5:46 pm

Olá a todos!
Vinha felicitar aqui o Srº João de Deus pelo texto do desbaste. Gostei muito de o ler e aprendi mais um pouco. Espero conseguir ir um dia à covilha para o conhecer pessoalmente pois é uma pessoa muito interessante. Espero que continue pois eu aproveito e penso que muitos dos foristas também.

Um abraço,

Pedro Santos

João dee Deus
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#18 Mensagem por João dee Deus » sexta fev 25, 2005 9:34 pm

Olá de novo

Na minha mensagem sobre desbaste,esquecime de algo impotantissimo.


Usar SEMPRE proteções :cloches,caneleiras e protetores de boletos.


Desculpem.
Continuo neste Fórum, agora com a intenção de ver se aprendo alguma coisa, mas com o teclado avariado... LOL...

João dee Deus
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#19 Mensagem por João dee Deus » sexta fev 25, 2005 9:56 pm

Acerda do Desbaste.

Esquecime de mensionar uma coisa importantíssima.

Usar sempre durante os três meses,Cloches,caneleiras,e protetores de boletos.


Um abraço
Continuo neste Fórum, agora com a intenção de ver se aprendo alguma coisa, mas com o teclado avariado... LOL...

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PSantos
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#20 Mensagem por PSantos » domingo fev 27, 2005 5:18 pm

Uma dúvida: o que são cloches?

João dee Deus
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#21 Mensagem por João dee Deus » domingo fev 27, 2005 7:31 pm

Amigo Santos


Já me puseste a "abanar"porque não sei se sabes o que é e está mal escrito ou se realmente não sabes.,

Realmente é a primeira vez que escrevo esta palvra.

De qualquer modo são protecções geralmente de borracha,embora já as visse de cabedal,que envolvem o casco das mãos,e que impedem que as pinças(bico dos cascos trazeiros)alcancem(é o termo)a parte posterior e as ferraduras das mãos.

Se já sabias o que te posso dizer é para ires "dar uma volta"

Um abraço
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João dee Deus
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#22 Mensagem por João dee Deus » domingo fev 27, 2005 7:45 pm

Amigo Santos

Depois de te mandar o mail,estive a lêr e não me reconheci nele.
Parece que não foi escrito por mim.
Devo ter ficado "tocado" pelos primeiros embates que tive neste Forum.
Desculpa lá porque mesmo que esteja mal escrito eu acredito que não sabias.

Um abraço ainda maior.
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#23 Mensagem por PSantos » segunda fev 28, 2005 10:48 am

Amigo João de Deus,
Acredite que não sabia o que era. Já tinha reparado em vários cavalos mas não sabia o nome. Ando neste mundo a pouco tempo, cerca de 1 ano, e por isso não se admire que se eu lhe perguntar outras coisas.
Percebi a sua resposta, e aqui vai uma crítica a todos os utilizadores, pois neste forum por vezes dá-se mais importância ao português escrito do que ao conteudo da própria mensagem.
Neste fórum existe uma opção que são as mensagens privadas. Seria mais simpático se um utilizador fosse contactado para corrigir um erro ortográfico por essa via.
Estou a desviar a conversa um pouco do assunto inicial mas penso que é fundamental para evitar mal entendidos. Na minha opinião o objectivo deste fórum seria a troca de ideias, opiniões, etc.
Existe um fórum de numismática WWW.FORUM-NUMISMATICA.COM, a nivel de estrutura é muito semelhante para não dizer igual, mas o objectivo é visualizarem a afluência de utilizadores que possui, o modo como os utilizadores conversam entre si, a existência de utilizadores estrangeiros(em que muitas vezes não se compreende o portugues mas existe sempre alguem que ajuda), tudo com o maior respeito e com muita amizade.
Vou deixar aqui uma proposta aos moderadores:
Criar uma pasta que seria para cada utilizador deste forum se apresentar, para colocar toda a informação que tenha interesse ou que seja importante. Tudo isto, na minha perspectiva, para tentar criar um elo de amizade maior entre as pessoas deste fórum e assim ajudar ao "crescimento" deste.

Bem vou parar por aqui pois acho que já chega!
Fica a sugestão para os moderadores.
Para o amigo João de Deus um grande abraço.

Saudações equestres,

Pedro Santos

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#24 Mensagem por João dee Deus » segunda fev 28, 2005 4:32 pm

Pedro

Acho que nos entendemos.

Deita cá para fora,as tuas dúvidas e não as deixes "azedar"

Eu uso muito as aspas,porque tenho de escrever a minha influência Alentejana. Para mim é a "linguagem" mais rica do nosso Português.
Tem mais amplitude.(Já fui arranjar mais uma guerra)

Se não perceberes diz.

Um abraço.
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Dr.Elina
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#25 Mensagem por Dr.Elina » terça mar 01, 2005 7:45 pm

Cara Joana,

Então acha mal que os poldros na minha casa comem (sim, realmente comem e não mordiscam) ração desde tenra idade de 1-2 semanas de vida.

Nessa mesma altura os poldros são habituados ao cabeção. Andar a mão vai-se aprendendo aos poucos.

Os poldros também são habituados para levantar os cascos desde essa idade. E têm os cascos arranjados regularmente se for necessário (se forem demasiado compridos ou os aprumos não são 100% correctos).

Acha que não devia fazer essas coisas aos poldros?

Joana Abreu
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#26 Mensagem por Joana Abreu » quarta mar 02, 2005 2:44 pm

Então acha mal que os poldros na minha casa comem (sim, realmente comem e não mordiscam) ração desde tenra idade de 1-2 semanas de vida.
Não é normal que isso aconteça devido ao desenvolvimento dos dentes...
... normalmente a curiosidade sobre outros alimentos (além do leite da mãe) só ocorre a partir da 6ªsemana.
Nessa mesma altura os poldros são habituados ao cabeção. Andar a mão vai-se aprendendo aos poucos.
Normalmente não é necessário andar com os poldros com cabeção porque:
- Seguem a mãe para todo o lado (basta levar a mãe com o cabeção)
- Se não é necessário, porque insistir com esses ensinamentos antes do tempo?
Os poldros também são habituados para levantar os cascos desde essa idade. E têm os cascos arranjados regularmente se for necessário (se forem demasiado compridos ou os aprumos não são 100% correctos).
Deve-se acrescentar que aprumos não se resume somente aos cascos.
Mas sim, ao aspecto geral dos membros de sustentação do cavalo, que inclui também entre outros, a posição das patas, arqueamento dos joelhos, etc...

Contudo, é totalmente verdade que os cascos podem afectar os aprumos.

É verdade que em certos casos de maus aprumos, é possível fazer correcção através da ferração.

É verdade também, que em certos casos identificados ainda em poldros, deve-se fazer uma intervenção de ferração antes dos 9 a 12 meses de idade. (é mais eficaz a correcção enquanto os ossos se estão a desenvolver).

Voltando à questão da ferração...
... se os seus poldros estiverem soltos em pastos a maior parte do dia, as pinças dos cascos desgastam-se por si, não sendo necessária ferração

(excepto nos casos de maus aprumos, que recomendo que seja feita a ferração a mando do veterinário)

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Dr.Elina
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#27 Mensagem por Dr.Elina » quinta mar 03, 2005 10:09 pm

Cara Joana (e outras pessoas que lêem isto :) ):
Após o nascimento... claro que não, não têm dentes para isso.
Vou citar:
Decidious teeth (baby teeth, milk teeth):
The full set of baby teeth in the horse counts 3 incisors and 3 cheek teeth in each quadrant of the mouth (a total of 24 teeth). The central incisor and the 3 cheek teeth are usually present at birth or right after, the middle incisor at 4-6 weeks and the corner one at 6-9 months.
Esses dentes que os poldros têm quando nascem, não são o suficiente para o poldro comer ração?

Voltando à questão da ferração...
... se os seus poldros estiverem soltos em pastos a maior parte do dia, as pinças dos cascos desgastam-se por si, não sendo necessária ferração
Nunca disse que os meus poldros são ferrados mas têm os cascos aparados pelo ferrador. Também como o são as éguas e os póneis que estão desferrados. Apesar de andarem dia todo (e muitas vezes a noite também) os cascos não se desgastam pos si só. É necessário recorrer aos serviços do ferrador.

Quanto ao ensinar coisas aos poldros. Essas coisas são feitas com calma e com tempo. Eu não obrigo os poldros, mas vou os habituando aos poucos (depois mais tarde tanto o ferrador como o veterinário agradecem, já para não falar do equitador...)

Não acha que é um choque ao poldro (que andou a sua curtinha vida toda no campo com a mãe e outros poldros e éguas) na hora do desmame, de repente é separado da mãe, é prendido à uma magedoura ou uma baía (um poldro que nunca teve cabeção sequer) e lhe é dado ração (algo que ele nunca comeu...)?
Uma experiência destes com certeza é um choque grande...

Joana Abreu
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#28 Mensagem por Joana Abreu » quinta mar 03, 2005 11:57 pm

Decidious teeth (baby teeth, milk teeth):
The full set of baby teeth in the horse counts 3 incisors and 3 cheek teeth in each quadrant of the mouth (a total of 24 teeth).
Os dentes de nascença não estão concebidos para mastigar.
Repare que os dentes que descreve são dentes de corte ou defesa, e não para mastigar, como são por exemplo os molares.
Por este facto, é comum ver os poldros a mordiscar e deitando fora as ervas, não as ingerindo.

Não acha que é um choque ao poldro (que andou a sua curtinha vida toda no campo com a mãe e outros poldros e éguas) na hora do desmame, de repente é separado da mãe, é prendido à uma magedoura ou uma baía (um poldro que nunca teve cabeção sequer) e lhe é dado ração (algo que ele nunca comeu...)?
Uma experiência destes com certeza é um choque grande...
Acho...
...contudo um desmame bem feito, deveria ser no campo, sempre que possível deve-se manter os poldros no campo pelo menos até aos 3 anos.

Penso que o desmame tem de ser um processo calmo e cuidado, sem ser necessário amarrá-lo a lado nenhum.

Quanto aos cascos:
Falando de poldros até aos 6 meses (que era esse o centro do debate)...
...o normal é:
-estando no campo, o desgaste natural e o facto do poldro estar a crescer muito nesta idade, o normal é que não é necessário aparar cascos.

Claro que pode haver excepções (como o exemplo que mencionou de maus aprumos)

No seu caso em particular, não posso concordar ou deixar de concordar, só vendo!!!

João dee Deus
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#29 Mensagem por João dee Deus » terça mar 08, 2005 8:02 pm

Companheiros:

Como não houve nehuma crítica discordante,relativamente ao que eu disse,e como achei que poderia ser mais preciso,decidi:

Vou retomar o tema na sua vertente "efectiva"

Durante aquele período que referi dos três meses o desbaste tem duas vertentes:

Ginástica,que tem exercícios que visam ,ossos, tendões e músculos.

Inter-acção,que se faz pela Voz, toques de chicote,e o nosso olhar.
Tudo isto tem um denominador comum: Transições

As transições são a equação para trabalhar um cavalo.

A variação é a base de qualquer desenvolvimento,em qualquer àrea,mas nos cavalos,provoca-lhes um "desafio"na sua vontade de inter-agir,uma atenção redobrada,e uma entrega à aprendizagem.
Na minha experiência,costumo dizer que eles "aprendem" na Boxe,porque um novo exercício que na véspera correu mal,no outro dia o cavalo responde surpreendentemente bem.(melhor)
Os Horários de trabalho também são importatissimos,têm de ser cumpridos,porque eles têm um "relógio"implacável.
Agora aqui vou meter um provérbio Àrabe que diz:O Cavalo é um animal nobre,inteligente,veloz,forte,mas sem alguém em quem confiar,não sabe para onde hà-de ir.
Isto é para dizer que ele precisa do equitador para o levar a "fazer coisas",e esta ansiedade tem de ser conrespondida com a nossa pontualidade.
Isto é tão importante,que nestes casos eu costumo dar sinais de aproximação,como tossir,falar alto,e três ou quatro segundos depois aparecer. Os segundos são importantíssimos,porque ele ouve,projecta a minha imagem no cèrebro,e depois confirma com a visão.Esta confirmação de um cálculo certo,agrada até aos humanos.
Isto meus amigos é Inter-agir.
"Tirei"isto dos três ou quatro segundos da seguinte observação dos cavalos em liberdade.
Uma vêz quando estavam no pasto todos juntos,de repente levantaram a cabeça em simultâneo e espetaram as orelhas olhando na mesma direcção.Era uma lebre a cerca de cem metros.Passados os tais 3-4 segundos,viraram as orelhas continuando a olhar(desconcentraram-se),e como a lebre não se mexeu mais,continuaram a pastar.
Apliquei este conhecimento no picadeiro,(já aplicava mas sem precisão)e resultou.Eles estão sempre a "dizer-nos " como é,nós é que andamos distraídos.
As relações entre uma água e um cavalo inteiro,em liberdade,proporcionam-nos Flashes da melhor Alta Escola,com o melhoramento dos sinais da cauda,coisa que os Homens ainda não conseguiram "sacar".Vim aqui para o campo confirmar e aprender muita coisa.
Estou a escrever com dificuldade porque vim agora do Hospital,depois de 7 dias de internamento.Tive um acidente ao prender um cavalo a uma argola,em que ele deu um esticão,e o laço da corda cortou-me o polegar esquerdo ao meio,e no Hospital não conseguiram implantá-lo.

Vou descansar e depois continuo.

Saudações.
Continuo neste Fórum, agora com a intenção de ver se aprendo alguma coisa, mas com o teclado avariado... LOL...

João Pedro de Almeida
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#30 Mensagem por João Pedro de Almeida » quarta mar 09, 2005 9:31 am

João,

Venho aqui só mesmo dizer que sinto muito pelo que te aconteceu.
Infelizmente estas coisas estão sempre a acontecer a todos nós...

Um abraço e votos de melhoras.
João Pedro de Almeida

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