#29
Mensagem
por João dee Deus » terça mar 08, 2005 8:02 pm
Companheiros:
Como não houve nehuma crítica discordante,relativamente ao que eu disse,e como achei que poderia ser mais preciso,decidi:
Vou retomar o tema na sua vertente "efectiva"
Durante aquele período que referi dos três meses o desbaste tem duas vertentes:
Ginástica,que tem exercícios que visam ,ossos, tendões e músculos.
Inter-acção,que se faz pela Voz, toques de chicote,e o nosso olhar.
Tudo isto tem um denominador comum: Transições
As transições são a equação para trabalhar um cavalo.
A variação é a base de qualquer desenvolvimento,em qualquer àrea,mas nos cavalos,provoca-lhes um "desafio"na sua vontade de inter-agir,uma atenção redobrada,e uma entrega à aprendizagem.
Na minha experiência,costumo dizer que eles "aprendem" na Boxe,porque um novo exercício que na véspera correu mal,no outro dia o cavalo responde surpreendentemente bem.(melhor)
Os Horários de trabalho também são importatissimos,têm de ser cumpridos,porque eles têm um "relógio"implacável.
Agora aqui vou meter um provérbio Àrabe que diz:O Cavalo é um animal nobre,inteligente,veloz,forte,mas sem alguém em quem confiar,não sabe para onde hà-de ir.
Isto é para dizer que ele precisa do equitador para o levar a "fazer coisas",e esta ansiedade tem de ser conrespondida com a nossa pontualidade.
Isto é tão importante,que nestes casos eu costumo dar sinais de aproximação,como tossir,falar alto,e três ou quatro segundos depois aparecer. Os segundos são importantíssimos,porque ele ouve,projecta a minha imagem no cèrebro,e depois confirma com a visão.Esta confirmação de um cálculo certo,agrada até aos humanos.
Isto meus amigos é Inter-agir.
"Tirei"isto dos três ou quatro segundos da seguinte observação dos cavalos em liberdade.
Uma vêz quando estavam no pasto todos juntos,de repente levantaram a cabeça em simultâneo e espetaram as orelhas olhando na mesma direcção.Era uma lebre a cerca de cem metros.Passados os tais 3-4 segundos,viraram as orelhas continuando a olhar(desconcentraram-se),e como a lebre não se mexeu mais,continuaram a pastar.
Apliquei este conhecimento no picadeiro,(já aplicava mas sem precisão)e resultou.Eles estão sempre a "dizer-nos " como é,nós é que andamos distraídos.
As relações entre uma água e um cavalo inteiro,em liberdade,proporcionam-nos Flashes da melhor Alta Escola,com o melhoramento dos sinais da cauda,coisa que os Homens ainda não conseguiram "sacar".Vim aqui para o campo confirmar e aprender muita coisa.
Estou a escrever com dificuldade porque vim agora do Hospital,depois de 7 dias de internamento.Tive um acidente ao prender um cavalo a uma argola,em que ele deu um esticão,e o laço da corda cortou-me o polegar esquerdo ao meio,e no Hospital não conseguiram implantá-lo.
Vou descansar e depois continuo.
Saudações.
Continuo neste Fórum, agora com a intenção de ver se aprendo alguma coisa, mas com o teclado avariado... LOL...