O Estado Português não só não dá qualquer subsídio aos criadores, como não aproveita as ajudas comunitárias oferecidas a todos os países membros para as “raças autóctones ameaçadas de extinção”. Estas, segundo a definição da Comissão das Comunidades Europeias, correspondem a todas as raças originárias do País de origem e que tenham uma organização controlada (Stud-book ou Livro de Registo), não podendo o efectivo de fêmeas reprodutoras ser superior a 3000. Em Portugal só o Lusitano, o Garrano e o Sorraia têm este subsídio, tendo inexplicavelmente sido esquecidos o Português de Desporto, o Anglo Luso, etc. A título de comparação, já em 1994 a Espanha tinha obtido aquela ajuda para 10 raças autóctones “ameaçadas de extinção”, a Alemanha para 13, a França para 20, a Itália para 22, etc. Julgo portanto que, com um pequeno esforço, o Estado Português poderá obter estas e outras ajudas comunitárias, se se der ao trabalho de as pedir (note que, por exemplo, a raça Cavalo Belga de Desporto tem ajuda comunitária e é rigorosamente idêntica à do Cavalo Português de Desporto).
Também em Portugal quase que se protege a importação de animais de desporto, com imenso prejuízo para a criação nacional. Tanto mais que uma grande percentagem desses animais estrangeiros não podem pretender a futuros reprodutores que melhorem uma raça, ou por serem castrados ou por fazerem parte do refugo.
Tente ir fazer provas nacionais francesas com um cavalo nascido em Portugal e verá todas as dificuldades burocráticas que vão surgir, sem que as regras impostas pela CEE sejam contrariadas ...
Assim, julgo que para fomentar e ajudar a criação cavalar nacional é fundamental:
- favorecer as raças autóctones como o Anglo-luso e o Português de Desporto, por exemplo através das ajudas comunitárias previstas mas por nós até agora inexplicavelmente desperdiçadas;
- favorecer os animais nascidos em Portugal através de « prémios-subsídios » específicos oferecidos aos cavaleiros e aos criadores, como tão bem fazem outros países europeus;
- dificultar um pouco as importações de cavalos para desporto, excepto de reprodutores de classe reconhecida;
- beneficiar financeiramente e aumentar o número de provas reservadas aos cavalos de 4 e 5 anos nascidos em Portugal, permitindo mostrar, valorizar e estimular a criação nacional.
(Artigo retirado do site http://www.coudelaria-mh.com/partigo_001.htm, entrevista da revista Equitação ao Sr. Dr. Manuel Heleno)
Esta mensagem é em especial para os criadores portugueses de raças sem serem o Lusitano, Garrano e Sorraia. Se existem fundos comunitários que podem ser utilizados, como outros paises utilizam, porque é que nós não os utilizamos?
Fundos comunitários
Moderador: Filipe Graciosa
- PSantos
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Fundos comunitários
Pedro Santos
-
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Subsidios
Isso é uma longa e inacreditável história. !
O espírito Português neste capítulo,subsídios,é do mais mesquinho que se possa imaginar.
Acho que temos a sensação de que não temos direito a esse dinheiro,e que é um favor eles darem-no.
Isto a nível dos órgãos dirigentes,porque quando toca aos seus subordinados,passam a vida a chatear os pequenos Agricultores,como se nós estivessemos sempre a tentar vigarizar o Sistema.
Os Portugueses acusaram sempre o peso da "Chave do Palheiro"
Paradoxalmente,há Lavradores que mudam de Jeep todos os anos,e outros,que por serem pequenos,vivem na ponta da espada.
Dou aqui um exemplo:Um Lavrador que faça o subsídio de 10 Ha,e só semear 9,tem os Homens à perna,se um lavrador grande fizer o subsídio 500 Ha,e semear 499,não há hipotese de control,e fica assim.
Este assunto tem de ser observado em valores reais e não em percentagem-.E o valor real é,neste caso 1 Ha,que em termos de sunsídios tem um valor respectivo.
Em relação às raças Autoctenes,só com o Livro Azul (Lusitanos)porque com os Burros não é preciso.
Na Agricultura há varios casos de diferenças entre Portugal e Espanha.
Aparecem aqui para venda,Tractores e Máquinas Agrícolas quase novas de Espanha,que foram comprados com subsídios lá,e que 4 anos depois são vendidas.Conclusão:Os Espanhóis estão sempre a trabalhar com máquinas novas,o que na Agricultura é muito importante em termos de rentabilidade.
E muitas mais coisas.
Saudações
O espírito Português neste capítulo,subsídios,é do mais mesquinho que se possa imaginar.
Acho que temos a sensação de que não temos direito a esse dinheiro,e que é um favor eles darem-no.
Isto a nível dos órgãos dirigentes,porque quando toca aos seus subordinados,passam a vida a chatear os pequenos Agricultores,como se nós estivessemos sempre a tentar vigarizar o Sistema.
Os Portugueses acusaram sempre o peso da "Chave do Palheiro"
Paradoxalmente,há Lavradores que mudam de Jeep todos os anos,e outros,que por serem pequenos,vivem na ponta da espada.
Dou aqui um exemplo:Um Lavrador que faça o subsídio de 10 Ha,e só semear 9,tem os Homens à perna,se um lavrador grande fizer o subsídio 500 Ha,e semear 499,não há hipotese de control,e fica assim.
Este assunto tem de ser observado em valores reais e não em percentagem-.E o valor real é,neste caso 1 Ha,que em termos de sunsídios tem um valor respectivo.
Em relação às raças Autoctenes,só com o Livro Azul (Lusitanos)porque com os Burros não é preciso.
Na Agricultura há varios casos de diferenças entre Portugal e Espanha.
Aparecem aqui para venda,Tractores e Máquinas Agrícolas quase novas de Espanha,que foram comprados com subsídios lá,e que 4 anos depois são vendidas.Conclusão:Os Espanhóis estão sempre a trabalhar com máquinas novas,o que na Agricultura é muito importante em termos de rentabilidade.
E muitas mais coisas.
Saudações
Continuo neste Fórum, agora com a intenção de ver se aprendo alguma coisa, mas com o teclado avariado... LOL...