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Mensagem
por João dee Deus » domingo jun 26, 2005 8:52 pm
Gilberto
Presumo que já tenhas lido o que se escreveu sobre o Desbaste.
Claro que há sempre mais a dizer.
O teu problema agora é "passar a perna".
Para isso,já tem de ter acontecido muita coisa,na passagem à guia.
Deve ter durado pelo menos duas semanas,com trabalho todos os dias.
Já teve de andar com os arreios todos,estribos soltos,não mastigar o Bridão,obedecer á voz nos três andamentos e paragem.
Tem de aguentar 5 minutos de galope,sem o desmanchar,para os dois lados,seguidos,com a guia comprida.
O galope desenvolve os músculos lombares,e remete os posteriores,para depois aguentarem o peso do cavaleiro.
Agora Passar a Perna.
Quando se passa a perna, é preciso compreender que o Cavalo não teme o peso do Cavaleiro.Não é por isso que ele eventualmente "protesta".Ele tem é medo do vulto que tenta "tomar posse" dele,e atacá-lo com o seu peso.Como faria um felino.
Todos sabem que os felinos foram os maiores predadores dos Cavalos.
Pela surpresa na embuscada,saltavam-lhe para cima,porque na corrida aberta ele poucos temia.
Também todos sabem que os Cavalos ainda hoje mantéem esses medos.
Tenho para mim,que mais de 90% dos protestos dos Cavalos se baseiam no medo.
Já repararam quantas vezes eles evacuam quando estáo a ser ferrados ?
O sistema nervoso consegue esvaziar por completo os intestinos,no tempo de uma ferragem.
Isso é medo.Ou insegurança.
Posto isto,e havia mais mil exemplos para citar,vamos ao que te interessa mais.
Tem de ser um trabalho feito a dois,e nenhum deles pode transparecer medo ou insegurança.O Cavalo sente,e como sempre em caso de dúvida,ele considera que lhe vão pregar alguma.Ele tem de ter a maior confiança no Equitador.
Um deles segura o Cavalo de frente para ele,com uma mão em cada lado do bridão.
O outro,faz uma festa ao Cavalo no focinho,e continua essa festa pelo pescoço (para fazer uma ligação)atá á sela,mostrando-se bem ao Cavalo,e com a ajuda de um pequeno banco,sobe para ele e apoia-se de barriga em cima da sela.
Espera 5 segundos e sai devagar,e faz a mesma festa em sentido contrário,até ao focinho.
Seguidamente,uma volta á mão de 10 metros de diãmetro,não mais para ele não se desconcentrar,e volta ao mesmo sítio e repete o exercício desta vez 10 segundos.outra volta,e desta vez com o cavaleiro de bruços em cima dele,o que o está a segurar,recua e faz o Cavalo dar uns passos para a frente.
Desta vez como não está lá o banco, a saída tem de ser cautelosa para que o salto para o chão,não o assuste.
O pricípio é este.Paço a paço,devagar,sem pressas.
Nunca se importem com comentários de terceiros,acerca dos nossos vagares.
Mesmo ao lêr o que estou a escrever,muitos vão comentar que isto não é preciso.Ou que não é preciso tanta coisa.
Se virem o problema pelo meu prisma,o que dá gozo é fazer estas coisas com calma,e é durante o "processo"que nos divertimos,e é estúpido abreviar qualquer coisa que nos dá gozo.
Só saboreando se toma o gosto.
Isto é elementar.
A propósito disto,e que me perdoem as Donas,até porque isto é didático,vou citar um amigo que já no fim da Vida,dizia: "Óh João,as Mulheres que eu amei sem mastigar....."
( "amei", é adaptação ao forum)
Saudações
Continuo neste Fórum, agora com a intenção de ver se aprendo alguma coisa, mas com o teclado avariado... LOL...