Eis a resposta ao meu e-mail:
"Cara Senhora D. Luísa Lima,
Muito obrigado pela sua mensagem. Pela parte da ANIMAL, a respeito da
questão em apreço, cumpre-me dizer que:
1. A ANIMAL opõe-se a todas as relações instrumentais entre humanos e
animais não-humanos (que sejam instrumentais dos primeiros em relação aos
segundos, obviamente), mesmo quando estas relações são suavizadas por uma
afeição dos humanos pelos animais que de algum modo instrumentalizam.
Consequentemente, a arte equestre (em todas as suas formas), a equitação, o
hipismo, as corridas de cavalos, etc., são actividades a que a ANIMAL se
opõe. Aquilo que, em termos gerais, leva as pessoas a participar nestas
actividades prende-se, essencialmente, com um interesse recreativo, lúdico,
desportivo ou económico no uso de equinos, sendo que a eventual afeição que
os praticantes destas actividades tenham pelos animais é algo de acessório e
não é o móbil único ou central para quererem conviver com os animais - tanto
assim, que não pensam em conviver com os animais sem os querer montar e
desfrutar dos animais de algum modo.
2. O facto de haver uma relação ancestral entre os humanos e os cavalos -
que sempre foi imposta pelos humanos aos cavalos, evidentemente, que nunca
puderam escolher se a quereriam/querem ou não, não se tratando,
evidentemente, de uma relação voluntária de ambas as partes - não faz com
que esta relação, sobretudo nos termos em que existe, seja justificável de
algum modo. Significa apenas que essa relação existe, e nada mais, podendo
ter uma importância histórica ou cultural, em certos contextos, mas não tem
uma importância ética.
3. A arte equestre, a equitação, o hipismo, as corridas de cavalos e
actividades afins implicam, rotineiramente, a criação, comercialização e
trocas de cavalos enquanto bens, com fins lucrativos. O respeito por estes
animais, pela sua dignidade e pelos seus direitos - nomeadamente o direito a
não serem tratados como propriedade, como adorno ou como meios de diversão -
é incompatível com estas mesmas actividades e com a criação, comercialização
e detenção dos animais, assim tratados como mercadoria.
4. Para a ANIMAL, uma pessoa que realmente tem afeição por equinos e que
aprecia o convívio com estes dedica-se a resgatar equinos que sejam vítimas
de exploração, abuso, maus tratos ou abandono, sem ter qualquer outro fim na
relação que estabeleça com os animais que resgata a não ser o da recuperação
e protecção destes, sem querer montá-los, correr com eles, competir,
vendê-los, etc. Infelizmente, em Portugal, um país onde o abandono e os maus
tratos a equinos são por demais comuns, sempre que a ANIMAL procura alguém
que queira acolher equinos, esse alguém dispõe-se a aceitá-los apenas se os
puder usar. Os "amantes" de equinos são os primeiros que alegam que, se
acolhem os animais, têm que retirar daí algum proveito. Daqui não se pode
concluir que haja respeito ou vontade de proteger estes animais, mas sim de
os usar.
5. Frequentemente, o uso de equinos em actividades como a arte equestre, a
equitação, o hipismo, as corridas de cavalos e afins leva a que, durante as
suas vidas, estes animais sofram problemas de saúde física e
mental/emocional, o que acrescenta elementos para a condenação deste uso ao
princípio moral de que não devem ser usados por não serem objectos.
Espero que estes pontos tornem a posição da ANIMAL mais clara e lamento que
as nossas visões desta questão não sejam coincidentes.
Aceite os meus melhores cumprimentos,
Miguel Moutinho
Director Executivo
Presidente da Direcção"
Uma associação que visa "proteger os animais" não deveria entrar em pé de guerra com os cavaleiros, digo eu... Eu sei que eles são extremistas, que querem proteger os peixes e os frangos, mas isto é um exagero. Agora vão começar a resgatar os cavalos dos centros hípicos?!...
Ah, a página aparece em branco porque eles estão a refazer o site, no antigo não tinham esta fabulosa secção
Haja paciência!!!